quinta-feira, 23 de abril de 2015

Marc Ferrez: O fotógrafo franco-brasileiro do século XIX



Um dos principais fotógrafos brasileiros do século XIX, dono de uma obra que se equipara à dos maiores nomes da fotografia em todo o mundo, Marc Ferrez é o mais significativo fotógrafo do período no acervo do Instituto Moreira Salles (IMS). Preservados por seu neto, o pesquisador Gilberto Ferrez, os negativos de vidro e as tiragens produzidas pelo próprio fotógrafo compõem a maior parte da Coleção Gilberto Ferrez, reunião de 15 mil imagens que não tem rival entre os acervos privados de fotografia brasileira do século XIX, adquirida pelo IMS em maio de 1998.

Mais conhecido do grande público por suas paisagens – sobretudo as fotografias panorâmicas da cidade do Rio de Janeiro e arredores, feitas com câmeras especiais em negativos de grande formato, técnica praticada por poucos fotógrafos do mundo e à qual ele dedicou toda a sua inventividade técnica –, o Ferrez que emerge da coleção é um artista plural e inquieto. Como fotógrafo, foi, ao sabor dos trabalhos que lhe eram encomendados, versátil nos temas. Como pesquisador de técnicas e processos, num momento em que a fotografia passava por acelerada evolução, perseguiu e desenvolveu projetos pioneiros.

Entrada da Baía de Guanabara, 1885 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
Botafogo, Rio de Janeiro - Brasil

Vista Panorâmica de Laranjeiras, cerca de 1890 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Rio de Janeiro - Brasil


Ferrez nasceu no Rio de Janeiro em 1843, sexto filho dos franceses Alexandrine e Zépherin, escultor que chegara à cidade em 1817 e se integrara à Missão Artística Francesa, participando da criação da Academia Imperial de Belas-Artes. Órfão aos sete anos – quando o pai e a mãe, ao lado de escravos e animais de sua propriedade, morreram em circunstâncias mal esclarecidas, possivelmente envenenados por produtos químicos da fábrica de papel que haviam montado anos antes –, o pequeno Marc foi morar em Paris com a família do escultor e gravador de medalhas Joseph Eugène Dubois. Pouco se sabe desses anos de formação, mas é razoável supor que o interesse pela fotografia tenha nascido na capital francesa, pois ao retornar ao Brasil, no início dos anos 1860, Marc Ferrez logo se estabeleceu como fotógrafo. Suas ligações com Paris – em especial, nos primeiros anos de carreira, com a Société Française de Photographie – seriam mantidas por toda a vida, por meio de intensa correspondência e viagens frequentes, alimentando a ânsia de experimentação e aprimoramento tecnológico que acabaria por torná-lo um mestre alinhado com a vanguarda internacional do ofício e, mais tarde, um dos pioneiros na difusão da nova arte do cinema em território nacional.


Marc Ferrez aos 33 anos de idade. Autorretrato.
Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015

Estabelecido por conta própria desde 1867, quando abriu no centro do Rio a Casa Marc Ferrez & Cia., o jovem Ferrez não demorou a ver a carreira prosperar. Três anos depois, foi contratado como fotógrafo pela marinha imperial e, para dar conta da missão de fotografar um navio do convés de outro, inventou um equipamento especial para contrabalançar o jogo das ondas, deixando o enquadramento sempre em linha com o horizonte. Em 1873, ano de seu casamento com a francesa Marie Lefebvre, um incêndio destruiu por completo a loja-oficina de Ferrez, inclusive todas as chapas que acumulara no início da carreira. Uma viagem a Paris para comprar novos equipamentos o pôs de volta na atividade profissional e, dois anos depois, ele corria o país de norte a sul como fotógrafo da Comissão Geológica e Geográfica do Império, chefiada pelo cientista canadense naturalizado norte-americano Charles Frederick Hartt. Numa dessas expedições, em 1875, fez na Bahia as primeiras fotos dos índios bororo.

Um conjunto das fotografias feitas por Ferrez para a Comissão Geológica e Geográfica do Império foi exibido em 1876, na Exposição Universal da Filadélfia, nos Estados Unidos. No entanto, foi com um panorama do Rio, obtido por meio da justaposição de quatro clichês, que ele conquistou naquele evento a primeira medalha de ouro internacional. A glória não o deixou satisfeito: anos mais tarde, já equipado para superar a fase da justaposição, Ferrez apontou naquele trabalho “o defeito de não apresentar os objetos em seus verdadeiros planos nem guardar a perspectiva em sua precisão matemática, sendo mui sensíveis as aberrações que contém. Tais defeitos não se encontram no aparelho que possuímos.” Referia-se à “câmera panorâmica de varredura”, que comprara em 1878 do engenheiro David Hunter Brandon, seu fabricante em Paris, projetada a partir de uma patente de 1862 dos ingleses John R. Johnson e John A. Harrison.


Avenida Beira Mar 1906 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015

Em 1881, ano em que nasceu seu primeiro filho, Júlio, Ferrez ganhou o grande prêmio da Exposição da Indústria Nacional por seu “aparelho panorâmico para vistas fotográficas, inventado (sic) e construído por M. Brandon e aperfeiçoado pelo fotógrafo”. Já um mestre na realização dos panoramas, Ferrez anunciou no almanaque Laemmert de 1882 a venda de vistas panorâmicas de um metro e dez centímetros em um único negativo.
Os anos 1880 foram de trabalho intenso. Ferrez fotografou tribos indígenas em Goiás e Mato Grosso, série à qual pertence o belíssimo retrato conhecido como Menino índio; viajou por São Paulo e Minas Gerais a serviço da Estrada de Ferro D. Pedro II; registrou a construção da Estrada de Ferro do Paraná, considerada a mais ousada obra de engenharia do país, num álbum que foi incorporado à coleção da Société de Géographie de Paris; e transformou a documentação fotográfica das obras destinadas a melhorar o abastecimento de água no Rio de Janeiro em oito álbuns, três deles presenteados em 1889 (ano da despedida do Império) a d. Pedro II, que quatro anos antes o nomeara cavaleiro da Ordem da Rosa. Em sua produção na última década do século XIX, destacam-se a documentação dos estragos provocados em navios e instalações da marinha pela Revolta da Armada e uma excelente série de tipos urbanos do Rio de Janeiro, cada um representando um ofício (um exemplo famoso é a imagem dos meninos jornaleiros, de 1899).

Paisagem do trabalho: jornaleiros e outros personagens sociais

Jornaleiros, cerca de 1899 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Rio de Janeiro - Brasil

Vassoureiro, cerca de 1899 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Rio de Janeiro - Brasil


Vendedora de miudezas, cerca de 1899 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Rio de Janeiro - Brasil


O século XX encontrou Ferrez consagrado como fotógrafo e empresário, com atividades que iam do comércio de equipamentos fotográficos à edição de livros e postais. Mesmo assim, permanecia disposto a tocar projetos ambiciosos nas duas frentes. O monumental álbum Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906 registrou a remodelação radical da principal artéria carioca de então, promovida pelo prefeito Pereira Passos, com o rigor de contrapor reproduções das plantas às fotografias das fachadas de cada edifício ali documentado.


Lavagem de ouro em Minas Gerais, cerca de 1880 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Minas Gerais - Brasil

Como empresário, Ferrez foi sócio do Cine Pathé, fundado em 1907, a terceira sala de cinema da cidade, e ajudou a produzir, entre muitos outros títulos, aquele que entraria na história como a primeira comédia do cinema brasileiro, Nhô Anastácio chegou de viagem. Data dessa época sua curiosa reivindicação, junto às autoridades alfandegárias, de igual tratamento fiscal para as películas de filmes, então pesadamente taxadas, e o material fotográfico convencional, por ser “evidente que as imagens cinematográficas são fotografias habituais”. Ferrez fez-se ainda distribuidor exclusivo no Brasil dos produtos dos irmãos Lumière, dos quais se tornara amigo, realizando experiências com fotos coloridas em autocromo.

Após a morte de sua mulher, em 1914, Marc Ferrez partiu no ano seguinte para uma temporada de cinco anos em Paris, retornando ao Rio, doente, três anos antes de morrer.

Rara foto - Interior de uma mina de ouro, cerca de 1888 - FERREZ, Marc. Arquivo: Brasiliana Fotográfica. Acesso: abril, 2015
 Minas Gerais - Brasil


Saiba mais:
Texto: Instituto Moreira Salles (IMS). Acesse: Instituto Moreira Salles IMS;
Brasilia fotográfica. Acesse: Brasilia Fotográfica.

Brasiliana Fotográfica: O Brasil em fotos!

O Instituto Moreira Salles e a Fundação Biblioteca Nacional uniram forças e lançaram no dia 17 de abril, 2015 (sexta-feira), o Portal Brasiliana Fotográfica.
Acesse em:Brasiliana fotográfica
O site conta com mais de duas mil fotos históricas do século XIX e das duas primeiras décadas do século XX, em um esforço das duas instituições em preservar a memória fotográfica brasileira.

Brasiliana Fotográfica é um espaço que objetiva dar visibilidade, fomento de debates e reflexão sobre os acervos deste gênero documental, abordando-os enquanto fonte primária, mas também enquanto patrimônio digital a ser preservado.

Durante uma consulta aos acervos, o usuário pode salvar o resultado de sua pesquisa no próprio portal, retomando-a em outro momento. Pode, ainda, compartilhá-lo nas redes sociais. Esta iniciativa começa com a união da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles e aberto para outras instituições do Brasil e do exterior, desde que detentoras de acervos originais de documentos fotográficos referentes ao Brasil.


Marc Ferrez foi um fotógrafo franco-brasileiro. Retratou cenas dos períodos do Império e início da República, entre 1865 e 1918, sendo que seu trabalho é um dos mais importantes legados visuais daquelas épocas
Menino índio. 1880. Mato Grosso.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O Nosso 1º Craque-Problema? Futebol, Cinema & História!

Após (re)assistir o longa Heleno - o Príncipe Maldito, lançado em 2012 achei interessante a medida que o filme apresenta uma perspectiva sobre o maior craque do Botafogo pré-Garrinha, que também é considerado o primeiro craque-problema do nosso futebol.
Vale a pena assistir quer pelo próprio filme que é uma cinebiografia, quer pela loucura, sífilis, futebol, biografia,  história do Brasil, história do esporte etc. temas das ciências humanas e sociais. 


Capa de Heleno - O Príncipe Maldito, 2012. Fonte: google.com.br


O filme de direção de José Henrique Fonseca foi duramente criticado por revistas como (não)  Veja.  Apresenta a vida de um dos gigantes brasileiros, como foi imortalizado pelo jornalista João Máximo e considerado o James Jean dos gramados do Brasil; foi estreado no festival de Toronto, Japão em 2011.
Rodrigo Santoro interpreta de maneira magistral o atacante e Aline Moraes dá vida a linda Silva - personagem fictícia que representa as muitas mulheres "do jogador", dentre elas, sua esposa Ilma. O filme apresenta uma fotografia bonita em preto e branco, apesar da crítica de Veja que despreza o uso da fotografia. O preto e branco procura apresentar o Rio de Janeiro e Brasil dos anos 40.

Aline Moraes retratada no longa Heleno - O Príncipe Maldito, 2012.





1940, litoral carioca no longa. Santoro e Moraes. Googleimagens

Entretanto, o filme apresenta uma estrutura de roteiro que acredito ser confusa ao iniciar com um Heleno já doente, consumido pela sífilis no manicômio de Barbacena/MG - "a cidade dos loucos".
 Numa lista de 10 filmes brasileiros subestimados, apresenta os principais filmes brasileiros da última década que foram pouco comentados, tiveram um público pequeno, mas que valem muito a pena serem vistos e revistos, Heleno está no 10º lugar (http://www.brcine.com.br/br10/filmes-brasileiros-subestimados/). O longa teve um orçamento que pode ser considerado baixo (8,5 milhões de reais), ainda mais por se tratar de um filme de época, ambientado nos anos 1940 e filmado em preto e branco.



Iniciar este post, num blog - página virtual e ainda compartilhar em redes sociais como Facebook é também produto de um momento, em que "os sites de relacionamento social são um exemplo perfeito disso: no Facebook e em outras redes os indivíduos desenvolvem ou dão continuidade a relacionamentos sociais com pessoas distantes, algumas das quais eles conhecem através de contextos de interação face a face, mas muitas das quais eles só conhecem através do site de relacionamento social". (THOMPSON, John B., 2012, p. 10), por isso, o filme nos é tão útil, afinal, conhecemos uma perspectiva de Heleno de Freitas, considerado por muitos como o maior craque pré-Garrincha do Botafogo, além de contribuir para pensar um desafio dos nossos tempos: os atletas problemas.



Santoro sendo retratado durante gravações do filme.

Bandeira de torcedores do Botafogo com a cara de Heleno.

Em Heleno, financiado pelo empresário Eike Batista – bilionário brasileiro e botafoguense, temos um craque que nos permite refletir sobre os craques do futebol e de outros esportes.
Mineiro da Zona da Mata (de São João Nepomuceno), nasceu em 1920. Advogado, boêmio, participou da high society carioca... Heleno era um galã.
Como James Dean, ator estadunidense que tornou-se um ícone cultural da rebeldia e angústia da juventude dos anos 1950 e como ícone de Hollywood propagou o jean e o estilo despojado para a época.

James Dean. Googleimagens, 2013.







James Jean. Site:jamesdean.com, 2013.

 Em 1937 entrou para a equipe de futebol principal do Botafogo e foi descoberto por Neném Prancha - o filósofo do futebol, lembrei-me das andanças e correrias do meu pai que ligado ao futebol, faz-me sugerir após tantas observações, como são os encontros de talentos, conversas com pais em caso de menores; como os jantares, as conversas improvisadas proporcionam tantos resultados como de jogadores e estrelas.

Heleno entre amigos em 1948, pouco mais de uma década antes de morrer (Foto: Arquivo / Ag. O Globo)


Retornando as características de Heleno, dono de 1,82 metro de altura, marcou o Botafogo com 209 gols em 235 partidas e apesar de não ter sido campeão pelo time, tornou-se o 4º maior artilheiro de toda a história botafoquense. Atuou no Vasco da Gama, onde obteve seu único título de campeão carioca (de 1949). Em 1948, havia sido vendido ao Boca Juniors da Argentina.
Fez 18 partidas pela Seleção Brasileira de Futebol com 19 gols e tornando-se o artilheiro do Campeonato Sul-Americano de Futebol 1945 (a atual Copa América) com 06 gols.
Heleno sonhava em disputar a Copa do Mundo. Mas devido à guerra, no auge da carreira do jogador, o Mundial foi adiado.


A Segunda Guerra Mundial foi um conflito que durou no período de 1939 - 1945 e envolveu a maior parte dos países do globo. O final da Guerra foi marcado pelo lançamento das bombas atômicas no Japão em 45. O Mundo conheceu um outro nível de guerra, que Hobsbawm denominou de "a guerra total"

Por ser o jogador "James Dean", envolveu com inúmeras mulheres e resultante destes envolvimentos teve complicações com sífilis. Abalado pela doença que gerou delírios e sua "popular loucura", pois ao contrair a sífilis, só descoberta em estágio avançado só piorou e ainda adquiriu vício em lança-perfume. Cheirava éter. A combinação foi explosiva.

Heleno vivia de exageros: fumava e bebia muito,
além do vício em lança-perfume. Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/noticia/2012/03/o-craque-louco-heleno-renasce-mais-de-50-anos-apos-sua-morte.html


 Heleno, que já tinha uma personalidade das mais instáveis, começou a dar sinais de loucura – um dos reflexos da doença.A quem diga que até Eva Peron passou por sua lista, quando estava no Boca Juniors. Veio a falecer no ano de 1959, em Barbacena, onde se internou seis anos antes, em 1953, com apoio da família.



"Photografia" do craque Heleno de Freitas, 1941.



O objetivo desta postagem é ser apenas uma expressão, um convite sobre a história, sobre o esporte, sobre os atletas - profissionais de nosso tempo e sociedade, afinal, o futebol é "amigo do Brasil", pelo menos de parte do país desde tempos do período do Império, ou nas palavras de Georgino Jorge de Souza Neto e Márcia Pereira da Silva, "o futebol é hoje, sem dúvida, elemento de identidade social e coletiva entre os brasileiros." (O Foot-Ball no Sertão Mineiro: a história do sport bretão nos claros montes das geraes, 2012, p.17).
Portanto, vale a pena assistir "a película" Heleno - O Príncipe Maldito, vale a pena escrever um post, afinal o esporte não desvincula da trama social, isto é, do contexto e da sociedade que ele está inserido e sendo feito e nisto, as redes sociais também fazem parte, elas registram e testemunham um tempo, um momento. Neste caso, um jovem historiador, pesquisador que compartilhou parte do seu cotidiano, isto é, uma atividade comum a sua sociedade: assistir um filme!



Leia/assita Mais:

A Mídia e a Modernidade: Uma Teoria Social da Mídia de John B.THOMPSON pela editora Vozes, 2012.

O Foot-Ball no Sertão Mineiro: a história do sport bretão nos claros montes das geraes de Georgino Jorge de Souza Neto, Luciano Pereira da Silva e Regina Célia Lima Caleiro pela editora Unimontes, 2012.






domingo, 16 de junho de 2013

Qualificação de Mestrado!

Neste fim de semana, dediquei-me a fazer uma leitura mais apurada do texto da qualificação.
Felicíssimo com algumas palavras de incentivo vindas do Piauí da doutora Niède Guidon; vindas do Rio pela Mary del Priore e dá professora (Doutora) Regina Caleiro, que tem sido uma incentivadora para que eu prossiga nos estudos.
A qualificação tá deixando-me agitado, mas espero que consiga vencer mais esta!


sexta-feira, 14 de junho de 2013

"Tudo isso por tão pouco? Apenas R$ 0,20? As Manifestações de Sampa pela ótica de um jovem participante.

 demasiadumano traz uma entrevista com o Victor Samuel Bueno Rosa, que participou das Manifestações em São Paulo que está no 4º dia de manifestação. As redes sociais desempenham um papel importante para promoção, divulgação acerca daquilo que pertence a sociedade, afinal, como afirma o Jesús Martín-Barbero, pesquisador de comunicações e cultura na América Latina, as mídias, acompanham e testemunham as alterações sociais. Este post foi pensado através das considerações e reflexões com o amigo e colega Alessandro de Almeida, doutor em história pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia).
Victor Samuel é professor de língua estrangeira em São Paulo, Brasil.
Arquivo Pessoal, gentilmente cedida.
São Paulo dos anos 2000, 
São Paulo, junho de 2013. As manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público geraram conquistas em capitais como Porto Alegre, Natal e Goiânia e mobilizaram muitas outras em várias cidades pelo Brasil a fora. A maior cidade da América do Sul, viu e realizou no dia 11 de junho, 2013 um maior desde que as manifestações surgiram, reunido algo como 12 mil pessoas, apesar das chuvas. (Um dia antes, aconteceu uma no centro do RIO, segunda cidade do país, contra a alteração da tarifa atual que é R$ 2,75 para 2,95, a polícia trouxe repressão e deteu 31 pessoas). 
São Paulo também viu a tropa de choque atacando violentamente, prendendo em torno de 20 pessoas, incluindo jornalistas. O governador de SP chamou os jovens manifestantes de "vândalos e baderneiros", o jornalista Jabour do grupo Globo também comparou as manifestações ao grupo PCC, chamando tais movimentos de ignorantes políticos, burrice e de que não seria por R$ 0,20 centavos (já que a tarifa é de R$ 3,00 e subiria para R$3,20). As redes sociais contribuem determinantemente para percebermos outras perspectivas, semelhante a uma fotografia, que expressa um ângulo, uma perspetiva (prova disso é este link,disponível no perfil de uma rede social Vídeo de Victor Samuel - Manifestações paulistanas,). pPensando nesta linha, o Demasiadumano, procurou outra "fotografia", contrária aquilo que as grandes mídias insistem em exibir. Apresentamos no "Demasiadumano" uma entrevista com Victor Samuel Bueno Rosa, professor de idiomas, graduado em letras, com ênfase em Tradução e Interpretação (Inglês/Português) pelo Unibero - Centro Universitário Ibero-AmericanO.

Victor Samuel durante as Manifestações em São Paulo, junho de 2013. Arquivo Pessoal, gentilmente cedida.
*A entrevista aconteceu via rede social Facebook - pelo perfil de Thiago Pereira e do Victor Samuel. Por isso, optamos em preservar a estrutura da entrevista como aconteceu na rede social, o que inclui vícios de linguagem, característicos das redes sociais e prováveis questões do português coloquial.

  • Thiago Pereira

    ok
    Então, vamos lá
    Victor, quando as manifestações em Sampa, cruzaram com seu cotidiano, enfim, com você?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    As manifestações começaram a fazer parte da minha vida em 2003, na Parada Gay. A primeira luta por Direitos iguais para todos.
    Depois, foi a vez da Marcha das Vadias, em 2011, se não estou enganado.
    Por fim (até o atual momento, né), a Manifestação dessa semana contra o abuso de poder sendo escrachado na cara da população ao aumentar os valores de algo sem prévia análise do que o povo realmente pode/precisa.
  • Thiago Pereira

    E qual a ligação destas sua trajetória com estas manifestações? POderia nos apresentar as manifestações através de Victor Samuel?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Todas elas lutam por Direitos, simplesmente isso. Elas não buscam nada mais que Igualdade, e eu apoio quem briga por isso usufruindo da Conscientização da Massa através de fatos, atrás da verdade sem omissão alguma (e doa a quem doer), e através da Inteligência (conversando, demonstrando pacificamente o que fazer e como fazer, explicando e ensinando), jamais com força bruta, violência, bullying e demais abusos do poder.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    O Victor Samuel no meio disso tudo é apenas 1 só querendo proteger aqueles que não conseguem se defender.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Seja o amigo transexual que sofre bullying, seja a amiga que não se sente mais à vontade de sair na rua se vestindo como ela bem gostaria (com medo de ser estuprada), seja pelo trabalhor que não pode estar ali brigando por seus Direitos porque precisa trabalhar 18h/dia para manter uma mini-casa quase em pé.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Para algumas pessoas, centavos não farão diferença. Para outras pessoas, um vestido nunca estará curto demais. Para umas outras, melhor ficar em casa que tomar chute nas ruas.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Eu não sofro bullying, não tenho problemas com os centavos, nem com a minha vestimenta. Não sei me vestir direito, não gasto dinheiro pra quase nada, e se mexem comigo na rua, eu não percebo. Sendo assim, eu sou imune a todas as ofensivas daqueles que abusam de um certo poder, correto? Levando por esse caminho, eu não deveria nem pensar em sair de casa para mexer 1 simples dedo para proteger pessoas que não se protegem, mas quando você conversa com as pessoas e entende o porquê delas não lutarem, tudo começa a fazer mais sentido.
  • Thiago Pereira

    Bacana, mas para alguns estas manifestações são atos de vandalismo, de classe média, enfim, de pessoas que não querem nada sério e não ligam para R$ 0,20. Então, numa perspectiva política, como você definiria as manifestações em SP?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Eu não luto por mim, eu luto por aqueles que NÃO conseguem lutar por si.
    Existem milhares de pessoas que são reféns do medo, pessoas que não aguentam ver a luz do dia porque não querem sofrer de alguma forma. Se eu posso fazer algo por elas, dignamente, eu farei.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Eu definiria as manifestações de forma "livre de partidos". Um partido visa instaurar certas diretrizes que para aquele grupo de pensantes faz sentido, com suas vantagens e desvantagens.
    As manifestações são livres de Partidos, pois elas não buscam beneficiar nenhum grupo que não o Brasileiro.
    Quanto ao fato de as pessoas acharem que tais manifestações são atos de vandalismos, eu só peço que presenciem 1 manifestação do começo ao fim e escolham o que pensar por si só, mas só depois de analisarem a situação com os próprios olhos. Falar que uma coisa não presta só porque o telefone-sem-fio chegou até você não é a Verdade, e até criancinhas sabem que essa é a parte legal dessa atividade: a deturpação da Realidade para ficar engraçada a fim de ser facilmente digerida.
    O problema é que nem tudo que digerimos faz bem pro estômago, principalmente mentiras bem lavadas.
  • Thiago Pereira

    Você é usuário do transporte público paulistano? Poderia descrever as condições do serviço, dos ônibus, o valor atual e o proposto.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    De Domingo a Domingo, inclusive feriados! 
    Eu gosto bastante do serviço em suma. A cada dia que passa, uma coisinha ou outra é quase implementada? É, mas acho que passos-de-bebê existem para isso: para nomearmos o que tenta andar, mesmo que pareça não se mexer.
    Desconheço verbas, valores, registros de quantos mil trabalhadores têm a frota toda, realmente desconheço, mas sei reconhecer o cheiro de exploração quando meu bolso começa a coçar desenfreadamente. Acredito que NÃO havia necessidade desse aumento, assim como NÃO deveria já estar no preço que está. Se eu fosse destrunchar TUDO o que está errado no pais, chegaríamos ao ponto em que perceberíamos que o transporte público seria de graça assim como outras coisas públicas o são, mas isso não vem ao caso de hoje senão muita informação acabará confundindo quem está interessado em ler apenas sobre o transporte público 
  • Thiago Pereira

    Quais as principais reivindicações dos protestos, embora os R$ 0,20 foram os mais destacados?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Como você pode perceber, antigamente não se podia o casamento de pessoas do mesmo sexo, mas hoje já temos isso. Ao custo de quê? De mostrar para as pessoas, conscientizando-as de que não há nada de extraordinário no casamento homo, e que as pessoas só querem casar e pronto.
    Leva-se tempo, mas ideias pacíficas são fagocitadas para dentro da mente das pessoas, e é isso que importa.
    A Parada Gay luta por Direitos iguais.
    A Marcha das Vadias, por um respeito que já é dado aos homens de forma natural.
    A Manifestação quanto ao transporte público, por um valor mais justo.
    Nada de outro planeta, eu diria. Nada que nossos representantes não possam fazer. Simples fatos, simples desejos que podem ser resolvidos de maneira simples, mas que exige a colaboração de todos os níveis, tanto dos trabalhadores daqui debaixo (como eu), como dos trabalhadores lá de cima (Governadores, Prefeitos, Deputados, e afins).
  • Thiago Pereira

    As manifestações de qualquer grupo da sociedade hoje são percebidas como legítimas, assim como o direito de fazer greves. Entretanto, parece-nos que o Estado pela via das forças policiais e pronunciamentos das autoridades políticas, não estão preparados para tais manifestações. Conte-nos sobre sua experiência nas manifestações quanto a tarifa do transporte público.

  • Eu discordo quanto ao "não estão preparados para tais manifestações".
    Ali na nossa concentração uma coisa linda de se ver aconteceu: os manifestantes estavam ocupando TODA a rua que havia sido reservada para a Manifestação, mas um ônibus quis passar por ali. O que as pessoas fizeram? Se organizaram para deixar o ônibus passar. As pessoas dentro do ônibus mandavam beijos e gritavam "Força ae!!!". Que coisa, não? 
    Enquanto caminhávamos, tudo corria super bem, até as crianças perto de mim se esbaldavam da felicidade mútua. Era lindo de se sentir aquilo.
    O acordo não era subir para a Paulista e fim? Pq barrar? Demonstração de Poder? Não consegui entender porque enquanto tentávamos entender o porquê da barreira policial, bombas de gás lacrimogêneo vinham em nossa direção. Fica difícil se comunicar assim, mas tentamos mais vezes o diálogo. Tudo em vão. Bombas eram lançadas, nós corríamos para respirar.
    Sem barreira, sem problemas. Sem problemas, aquele mesmo tanto de policiais ali teria dado conta fácil de qualquer tumulto externo para/com a gente.
    Não entendi o porquê da Barreira da Tropa de Choque, mas algum dia a verdade vem à tona.
    Quarto dia da manifestação em São Paulo
    Policial militar atinge cinegrafista com spray de pimenta em frente ao Teatro Municipal, SP. Quinta-feira, 13 de junho, 2013. O evento é organizado pelo movimento Passe livre (MPL). Fonte: Yahoo.com. Disponível em: <http://br.noticias.yahoo.com/fotos/quarto-dia-de-manifesta%C3%A7%C3%A3o-contra-o-aumento-da-tarifa-em-s%C3%A3o-paulo-slideshow/quarto-dia-da-manifesta%C3%A7%C3%A3o-em-s%C3%A3o-paulo-photo-1068324710.html>

  • Thiago Pereira

    Digo não preparado para por em prática aquilo que estabelece na teoria, nas leis. Enfim, Como foi este inesperado encontro com a tropa de choque?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    "esse inesperado" 
    Já aconteceu, Thiago 
    Foi tenso, digo isso.

    Manifestante sozinho observa policiais atirando bombas e balas de borracha contra as pessoas no cruzamento das ruas da Consolação e Caio Prado, no centro de São Paulo
    Manifestante sozinho observa policiais atirando bombas e balas de borracha contra as pessoas no cruzamento das ruas da Consolação e Caio Prado, no centro de São Paulo. Fonte: Uol.com.br. Disponível em: <
    http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/06/14/existe-terror-em-sp-o-dia-em-que-pms-atiraram-a-aplausos-e-a-pedidos-de-nao-violencia.htm>
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Você via aquele cerco se formando beeeeeeeeeeeeeeeeeeeem lá longe enquanto as pessoas se perguntavam: "pq não conseguimos mais caminhar? Oq aconteceu?"
    Diferente de uma boa parte que ali se encontrava, eu era bem alto e conseguia ver o que se passava, e por isso conseguia narrar para todo mundo o que acontecia ao longe, na Rua da Consolação.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Devo dizer que eu nunca vi tamanha força policial unida de forma tão organizada. Retinhos, numa fila só, com escudos imensos, capacetes maiores que as minhas mochilas de costas, uma armadura tão grande que dava gosto de ter uma. Coisa fina mesmo, bonita e chamativa. E eu continuava a narrar.
    Parei de narrar quando fui filmar porque não queria a minha voz impregnando nos vídeos (não gosto dela), e foi aí que ouvi uma explosão.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Uma explosão bem ao longe, bem bem bem ao longe mesmo seguida de uma capa de fumaça se espalhando por tudo quanto era lugar. As pessoas se assustaram, e mais bombas voaram.
    Mais uma vez, se você me perguntar o porquê disso tudo, eu não saberia lhe explicar, mas fatos são fatos, e fomos bombardeados.

    Quarto dia de protestos em São Paulo
    Bombas de efeito moral são lançadas nesta quinta feira, 13 de junho,2013. Fonte: Yahoo.com.br
    Disponível em <http://br.noticias.yahoo.com/fotos/quarto-dia-de-manifesta%C3%A7%C3%A3o-contra-o-aumento-da-tarifa-em-s%C3%A3o-paulo-slideshow/quarto-dia-de-protestos-em-s%C3%A3o-paulo-photo-1078398975.html>


  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Triste foi perceber que a Tropa de Choque estava cercando por trás, espancando e empurrando o pessoal da Manifestação pra frente, enquanto a outra parte da Tropa de Choque atirava da frente, sufocando e intoxicando a massa ali concentrada. Doeu no meu espírito defensor brasileiro sentir tudo aquilo? Sim, mas eu ainda tentava entender, eu ainda dava uma chance para que a Tropa se redimisse, pedisse desculpas pelo mal-entendido, alguma coisa. QUALQUER COISA.
    A única coisa que veio foi mais bombas, mais porrada, mais medo.

    Giuliana foi atingida por uma bala de borracha durante protesto contra reajuste do transporte em SP
    A repórter Giuliana Vallone, da Folha de S.Paulo, disse nesta sexta-feira (13) que seu globo ocular não sofreu danos e que ela já consegue enxergar com o olho afetado. Segundo ela, a bala que a atingiu foi disparada sem que ela ou qualquer manifestante tivesse provocado a polícia."Vi o policial mirar em mim e em meu colega e atirar na minha cara", escreveu ela em seu perfil no Facebook. Fonte: uol.com.br
  • Thiago Pereira

    Você ficou ferido, ao seu redor, pessoas ficaram? Em plena São Paulo, maior cidade da América do Sul?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Eu não sei como explicar isso, mas eu não sofri nenhum dano físico permanente. As pessoas que estavam à minha volta caíam pelos tiros, pelas latinhas de spray na cara, pelas bombas que explodiram no peito, pelas bombas de gás que acertaram a nuca; eu vi de tudo um pouco.
    Eu estava de mão dada com uma menina que havia caído depois que eu me perdi do meu grupo. Fui ajudá-la a levantar do chão quando uma bomba de gás foi lançada e caiu bem embaixo de mim. Eu suei frio, mas mantive a calma, respirei fundo, levantei a menina, tentei chutar a bomba de gás para longe das pessoas enquanto a socorria. A menina estava desnorteada.
    Uma outra menina que estava ao meu lado me perguntou o que estava acontecendo lá na frente. Foi o tempo de eu pular para ver que eu escutei um estouro. Quando vi aquela faísca vindo na minha direção, eu congelei de novo. A bala tinha vindo na minha direção, acredito eu (porque eu era o único gigante ali), mas acertou a cabeça da menina. Ela caiu, sangue jorrou do rosto dela e eu fiquei sem saber o que fazer, apenas limpei as vias respiratórias dela para não sufocar em sangue.
    Foi uma coisa tensa? Foi, mas acho que eu não presenciei nem 10% do que realmente aconteceu pois eu só via as pessoas JÁ caídas, e não caindo. Eu perdi muita parte do tiroteio porque eu tentei ajudar quem estava caído, e isso debilitou a minha visão de quantas bombas eram lançadas e para onde estavam sendo miradas.
    O que mais me perturbou a mente foi ver o carro da tropa de choque saindo com armas pra fora mirando em quem andava a fim de atirar nas costas, no rosto, nas pernas, em qualquer lugar - parecia mais um descontar de pura revolta que simplesmente um controle de massa, entende?
    Foi triste.
  • Thiago Pereira

    Houve alguma conquista através das manifestações? Boa parte das mídias e principais canais de televisão do país tratou a manifestação pacífica como vandalismo. O que você pensa acerca deste posicionamento, apresentando ao leitor do Demasiadumano, conhecer um outro lado da moeda?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    O Haddad convocou o Conselho da Cidade para tratar do Transporte Público - coisa que ele disse que não daria ouvidos pois as reclamações vinham de Vândalos.
    É um passo? É, mas vejamos o que se desencadeará disso.
    Eu fico com dó daqueles que são obrigados a passar uma imagem falsa na mídia a fim de manter seu próprio emprego. A intoxicação mental confunde valores e faz pessoas tomarem decisões ruins para que consigam manter seus empregos. O dia em que a Mídia estiver 100% ao lado da Verdade, teremos um Veículo de Comunicação excelente e respeitoso, mas até lá... apenas algumas fontes serão confiáveis, e somente as em menos destaque.
    As pessoas podem pensar por si só e devem refletir mais sobre o que elas realmente almejam de nosso Governo. Se ninguém questiona - seja por medo, seja por acreditar que é uma perda de tempo, seja o motivo que for - as pessoas no Poder não se moverão para ajudar os calados.
    Busquem seus Direitos, é só isso que eu peço. 
  • Thiago Pereira

    E na sua opinião, as redes sociais, enfim, a internet contribui para avançar nesta visão limitada por vários canais midiáticos?
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    A visão não é limitada, Thiago, o canal é que é. As pessoas absorvem 100% daquilo que lhes é exposta e aquilo absorvem como sendo a verdade, e não que as pessoas não possuem uma visão privilegiada a ponto de não conseguirem absorver informação.
    A Internet, se impulsionar o povo em 0,1% para o caminho da Verdade, é mais do que as canais de Tv estão fazendo. Na Internet, podemos ouvir relatos de várias fontes, enquanto na Tv ouvimos relatos somente daqueles protegidos pelo canal que você estiver assistindo.
    Com a inclusão social, as pessoas podem acessar a internet e cruzar referência do que é dito na Tv com o que é dito na Internet. Cabe a cada um fazer seu próprio julgamento.
  • Thiago Pereira

    Victor Samuel, gostaria de agradecer pela nobre entrevista e que deixasse algumas palavrinhas para o público que acessa a rede mundial de computadores.
  • Victor Samuel Bueno Rosa

    Galerinha linda que leu a entrevista, eu gostaria de deixar bem claro 1 coisa: sempre pesquisem pela Verdade. Deixe a curiosidade dominar, dêem asas para que ela possa sobrevoar os mares de informações a fim de coletar apenas o que presta. Sejamos pensativos, chega de dormir.
    Ser inteligente não significa ser chato, tampouco deixar de se divertir. Ser informado é ter uma vida gostosa E um cérebro funcionando 
    Um grande abraço!
    Victor Samuel Bueno Rosa
  • Thiago Pereira

    Victor, grato e antes do "tchau", há alguma fonte que você mesmo produziu durante as manifestações? Uma fotografia, vídeo etc?
  • Thiago Pereira

    Valeu!!!

    Entrevista de Victor Samuel Bueno Rosa concedia a Thiago Pereira, para o demasiadumanotraz em 14/06/2013.